09/12/08

Mais um belo dia

Mais um belo dia, não vês? Uma vez mais não vês. Não te chega não ver, ainda queres esconder-nos o que nunca é demais para quem de trás não traz paz decente — e estamos todos inocentes.
Mas um belo dia alguém vai ter de pagar, não crês? Vê se vês outra solução; eu, por mim, sabes que viso sempre a amizade e a compreensão.

Eu não estou cá por querer, por mim nem sequer estava aqui. Mas esta é a minha função: não deixar que te esqueças de ti.

Crês ao querer crer ser o que não és? Querer crer não é crer, não vês que querer crer é fugir; é fingir. Luta, tens de lutar ou é o medo de morrer que te vai matar. Nunca pudeste? Nunca nasceste. Como fizeste para crescer?
Já houve um dia em que tudo dava certo, se fazia sol ou se chovia era-me igual. Mas o dia passou e explicou-me o amor, a amizade… Na realidade, o Verão acabou e o que sobrou fui eu.

Eu não pedi para nascer. Mas, já que cheguei até aqui, tenho um longo caminho a correr. Tenho tanto para ver…

14/10/08

Depois de algumas experiências, concluímos (o Nico e eu) que as canções soam melhor gravando voz e guitarra em simultâneo, sem recurso a clique e usando apenas um microfone panorâmico; a bateria económica será adicionada de seguida (bem como alguns apontamentos de melodias e segundas vozes). O resultado desta maquete deverá andar apenas cinco anos — meu Deus! — longe da maquete Nuno, Nico, porque a sala é a mesma e o material é o mesmo (tirando um ou outro cabito).

13/10/08

A introdução do último Quilómetro Zero vale todo o (excelente) programa: "Porque é que nos é tão natural ser apaixonadamente críticos, descobrir em todas as coisas a imperfeição e o logro, sentir a alegria indisfarçável de confirmar as piores das nossas suspeitas, como se a nossa inteligência e brio dependessem acima de tudo da nossa capacidade de decepção?"

02/10/08

Pistas para descobrir porque Deve Haver se revelou como título de um possível disco:

Essa dor não existe (Tu isso sabes, não sabes?)

Dessa dor só te lembras
nas alturas em que inventas
vãos motivos para sofrer
Essa dor não a trazes
essa dor só a usas quando
queres fingir que não sabes rir

Essa dor não existe
essa dor nunca sentiste
essa dor não a tens
(tu isso sabes, não sabes?)

Essa dor não te serve
essa dor só a vestes quando
já não tens mais nada a dizer
Essa dor dá-te jeito
essa dor é perfeita para
termos todos pena de ti

Essa dor não é nada
essa dor só acaba
com o que ainda resta de ti
(mas isso sabes, não sabes?)

Porque é que dela precisas?
Será mesmo que acreditas que
o que não foi é aquilo que hoje te rói?
Não te maces, não te canses. Não te mates
pois outros homens virão
fazer de ti o que eles são

Essa dor não é tua
acho que a achaste na rua
ingrato resto de alguém

Essa dor não é nada
essa dor só acaba
com o que ainda resta de ti

Essa dor não existe
essa dor nunca sentiste
por isso sabe-te bem
(isso tu sabes que eu sei)

Das cerca de doze canções que neste momento tenho para trabalhar vou fazer a maquete de quatro: Mais um belo dia, Essa dor não existe (Tu isso sabes, não sabes?), Cala-te e come (Expiação do derrotado) e Agora é que é, com o intuito de encontrar quem financie / edite / promova / distribua / divulgue o disco que gostaria (muito) de lançar no próximo ano (até para ter prenda para o primeiro aniversário da minha filha). Se não encontrar quem assuma pelo menos uma destas funções, é provável que Deve Haver não passe do projecto.
Para já, ao que importa: as canções; depois vou dando notícias. (Entretanto refiz o texto de Cala-te e come, que já cá tinha posto.)

01/08/08

O que pus aqui há pouco é a letra de uma canção nova; ou melhor, é a letra que fiz nos últimos dias para um mote com três anos. A recuperação de canções esquecidas — algumas vão já sendo tocadas em concerto — e o desenvolvimento de ideias perdidas serão o ponto de partida para um novo disco.

Cala-te e come (Expiação do derrotado)

Cala-te e come
tu não precisas indagar a direcção
Cala-te e come
tu não tens necessidade de reter tanta informação
Cala-te e come
já não és novo, vê se prestas atenção
mas acalma-te e come
que não tens ainda idade para morrer do coração

Cala-te e come
passaste ao largo da tua revolução
Cala-te e come
há muito que chegaste a essa conclusão — ou não
Cala-te e come
e limpa-te ao guardanapo dessa velha frustração
mas acalma-te e come
foste capaz de tomar a tua própria indecisão

Cala-te e come
senta-te e entretanto liga a televisão
Cala-te e come
corre os canais à procura de distracção
Cala-te e come
que a angústia vem sempre que persegues a acção
mas acalma-te e come
assim prostrado nem dás conta dessa estúpida aflição

Cala-te e come
comer e calar é mais que uma obrigação
Cala-te e come
esse menu é a derradeira refeição
Cala-te e come
agradece, será que não te deram nenhuma educação?
homem, acalma-te e come
não te canses, guarda para ti a tua inútil opinião

Cala-te e come
come-te e cala, cala-te e come

Cala-te e come
tu não precisas indagar a direcção
Cala-te e come
tu não tens necessidade de reter tanta informação
Cala-te e come
tu não precisas passar fome
Cala-te e come
deita-te e dorme

08/06/08

Ensanduichado entre duas frequências, um concerto; dia 14, sábado, em duo (Nico), no Passos Manuel, às 22h30, por 6€, com b (fachada).

03/06/08

A Turbina é uma editora discográfica peculiar. Editou um disco que não é disco, é banda sonora (Giroflé); um disco que é dois (Todos os dias fossem estes, Todos os dias fossem outros); dois discos (O amor dá-me tesão, Não fui eu que estraguei) que são um, que afinal são livro (Foge foge bandido).

28/05/08

Festival Tonalidades 08: JP Simões, The Partizan Seed, Old Jersualem e eu (o Nico e o Sérgio) por 7,5€, no Auditório de Espinho; dia 30 de Maio, os primeiros, dia 31, os segundos. (Ou então 5€, só os primeiros ou só os segundos.)

15/05/08

Algo que não tinha há muito tempo: uma canção nova (com o título provisório de Estar tudo mal não te traz saúde nenhuma). Talvez nem tudo esteja perdido.

16/04/08

Aqui fica a agenda de Concertos no Senhorio. Eu, mais o Nico e o Serginho, tocamos no próximo sábado, dia 19, a partir das 22h30 — como anuncia o cartaz. Quem quiser assistir será multado em 3€ mas, em contrapartida, terá direito a chá e bolinhos — mais uma vez, a fazer fé no cartaz. A lotação é limitada; não sei se muito se pouco. O alinhamento das canções será tirado à sorte e no fim do sarau, em homenagem ao Senhorio, serão tocados dois sucessos dos anos 80.

08/04/08

Amanhã — é quase hoje —, quarta-feira, dia 9 de Abril, vou a Braga participar na rubrica Café Literário do Theatro Circo Café, na companhia de António Rafael (Mão Morta). No dia seguinte, algo completamente diferente: eu, o Nico e o Azevedo faremos a ilustração sonora da pintura de Kino, Gon e Méri, em mais uma noite Double Doodle, no e-Learning Café.

06/04/08

03/04/08

Resumindo Abril (em actualização): sábado, dia 12, Papel & Ca. (Rua do Professor Bento de Jesus Caraça, 23), 19h, entrada livre; sábado, dia 19, Senhorio (Rua do Duque de Loulé, 239 - 2º), 23h, 2€; sábado, dia 26, Maus Hábitos (Rua de Passos Manuel, 178 - 4º), 24h, 1€.

01/04/08

Praticamente não ouço música: uma grande virtude que raramente chega a ser um enorme defeito. Quando me mostram coisas como La Chanson du Dimanche, tenho — para meu próprio bem — de ouvir/ver tudo até à náusea. (Aconselho vivamente Super pouvoir d'achat. Procurem, procurem.)

29/03/08

28/03/08

Ora bem. Em Abril, no Porto: um concertinho (em duo, na Papel & Ca., a 12), um concertito (em duo, no Senhorio, a 18 ou 19) e um concerto (em trio, no Maus Hábitos, a 26). No mês seguinte, em Espinho, no Auditório, a 31: concerto integrado no festival Tonalidades 08 (ainda não sei se em duo ou em trio), no qual também participarão Old Jerusalem (no mesmo dia), JP Simões e The Partizan Seed (no dia anterior).
É isto. Quando souber mais, apito.

18/03/08

4 concertos em 15, dos que fiz o ano passado, foram em bares de Toulouse. (5 em 16, se contar que no Petit London tocámos — eu e o Nico — também à hora do almoço, para tentar convencer as pessoas — que têm o hábito de lá passar depois das compras de sábado no mercado ao lado — a voltar à noite. Infelizmente o grupo mais efusivo, que trouxe uns franguinhos para comer à mão ali mesmo à nossa frente, não voltou.) Isto quer dizer alguma coisa, não sei bem o quê.

A razão para praticamente não ouvir música parece-me óbvia: os outros são sempre muito melhores ou muito piores do que eu.

No dia 12 de Abril vou fazer uma perninha à Papel & Ca. (engraçado, assim lê-se Papélica em vez de Papel e Companhia, o seu verdadeiro nome; estou a reparar nisso pela primeira vez); é um dia em cheio na loja, como podem ver pelo cartaz. Eu toco qualquer coisita lá pràs sete, a ver se ainda não me esqueci.

12/03/08

Entrevista para 31ª edição da Noite Digital, "magazine sobre diversão diurna e nocturna que está implementada no mercado há sensivelmente três anos"; a sua edição on-line não se consegue ler nem descarregar, mas fica-se com a ideia.

03/02/08

Já não é de agora: sinto-me como um daqueles futebolistas que passaram ao lado de uma grande carreira. Fora isso, o disco passa a estar à venda também na Ménage à Quatre, no edifício Artes em Partes (Porto).

07/01/08

Concertos 2007
10/01 - Matosinhos (Doca)
19/01 - Guimarães (Café-concerto do Centro Cultural de Vila Flor)
24/02 - Lisboa (Maxime)
01/03 - Aveiro (Mercado Negro)
02/03 - Porto (O Meu Mercedes…)
21/03 - Toulouse (Latino Bar / 19emes Rencontres Cinémas d'Amérique Latine)
23/03 - Toulouse (Nain Jaune)
24/03 - Toulouse (Père Peinard)
25/03 - Toulouse (Petit London)
06/04 - Estarreja (Bar do Cineteatro de Estarreja)
07/04 - Vila Real (Pequeno Auditório do Teatro de Vila Real)
15/06 - Porto (Bar do SC Vasco da Gama)
22/06 - Porto (Bar da Escola Superior Artística do Porto)
28/06 - Lisboa (Lounge / 5ª Autores)
27/10 - Porto (Houdini)

Quinta, 10 de Janeiro: concerto na Casa do Livro, às 23h. (Não sei quanto é a entrada; fui lá uma vez ver o Peixe tocar e paguei 5€ com direito a uma cerveja, acho.)