30/12/06

Concertos 2006
18/03 - Tondela (Novo Ciclo ACERT)
22/04 - Gaia (Escola Secundária António Sérgio / 1ª parte Pluto)
13/05 - Vagos (Auditório do CER / Vagos em Acústico)
22/06 - Porto (FNAC Santa Catarina)
19/07 - Ponte da Barca (Jardim dos Poetas / Ritmos de Verão)
16/09 - Senhora da Hora (FNAC Norte Shopping)
17/09 - Gaia (FNAC Gaia Shopping)
18/09 - Porto (FNAC Santa Catarina)
30/09 - Coimbra (FNAC Coimbra)
07/10 - Lisboa (FNAC Chiado)
07/10 - Lisboa (FNAC Colombo)
21/10 - Porto (Casa Viva / Fair Trade Fest!)
04/11 - Alfena (Auditório do Centro Cultural de Alfena)
23/11 - Guarda (Café-Concerto do Teatro Municipal da Guarda)
28/12 - Matosinhos (Iduna)

Na página 94 da última edição do Blitz há um pequeno texto de Lia Pereira sobre o disco; na página 34, Não deixes de querer fugir faz parte de um grupo de dez músicas escolhidas por JP Simões para a rubrica A minha lista.

28/12/06

Hoje, ao consultar o JN na net, encontrei a entrevista que a Cláudia Luís me fez há duas semanas.

24/12/06

É por este e por outros que eu gosto do Bandeira.

18/12/06

É de amanhã a um mês o concerto em Guimarães; começa às 23h no Café-Concerto do Centro Cultural de Vila Flor e há um consumo mínimo de €2,50. Dia 19 de Janeiro calha numa sexta.

12/12/06

Concerto na última quinta-feira do ano, dia 28 de Dezembro, integrado nas Noites do Óbiù do bar Iduna, em Matosinhos (Rua de Brito Capelo, 1023); começa às 22h30 e há um consumo mínimo de €4.
O concerto será em trio mas na sua versão económica (caixote de cartão em vez de bateria, melódica em vez de teclado).

27/11/06

Durante o período de Natal, até 28 de Dezembro, o disco também vai estar à venda na Imerge.

21/11/06

No Divergências, as minhas respostas às perguntas de Artur Silva.

16/11/06

No último Jornal de Letras, publicado a 8 de Novembro, podem ler um pequeno texto de Manuel Halpern sobre o disco.

15/11/06

De amanhã a oito, 23 de Novembro, às 22h e por €3, podem ver-nos tocar no Café-Concerto do Teatro Municipal da Guarda.

09/11/06

A opinião de Rui Dinis em A Trompa.

08/11/06

No Espaço de Crítica Artística, uma opinião sobre o disco e uma entrevista.

07/11/06

O disco já está disponível na Jo-Jo's Music, podendo ser comprado através do sítio CD Go.

06/11/06

Meu caro amigo Chico é um documentário de Joana Barra Vaz e Maria João Marques, cujo ponto de partida é a influência da música de Chico Buarque na música portuguesa. A rodagem começou na quinta-feira passada com a filmagem de uma curta partida de futebol que opôs uma equipa de tugas a uma equipa de cariocas (na foto disputo a bola com o nosso caro amigo).
Podem ir consultando o diário de rodagem aqui.

30/10/06

No Rascunho podem ler a opinião de Eduarda Sousa sobre o disco.

27/10/06

O concerto, dia 4 de Novembro, vai ser no Auditório do Centro Cultural de Alfena. Começa às 21h45 e €1 é quanto custa o bilhete.
Aqui ao lado, o cartaz virtual.

Entrevista para o blogue Lenta Divagação e as minhas escolhas para a sua rubrica Peças de Roupa.

26/10/06

No próximo sábado, dia 28 de Outubro, vou estar a partir das 18h no programa Lusco Fusco, da Trofa FM, para conversar com o Vítor Pinto e tocar umas canções.

Em Pú Táo Yá Ren Zhong Guó podem ver o que o Kinörm tem feito em Xangai.

24/10/06

Na próxima quinta, 26 de Outubro, vai passar no programa Portugália, da Antena 3, a conversa que tive com o Henrique Amaro acerca do disco. O programa começa às 21h.

23/10/06

António Sérgio é o músico que agora completa o trio nos concertos, e já tocou connosco no último sábado. O Sérgio integra também os grupos Tchakare Kanyembe, dagUida e Drumming.

20/10/06

Não sou nada curioso. Nunca estou a par das últimas novidades musicais. Quando me perguntam o que é ando a ouvir nunca ando a ouvir nada. A sério. Só através do MySpace é que ultimamente tenho tido contacto com algumas coisas mais recentes — projectos de amigos, de amigos de amigos, e, através destes, com muitos muitos outros de que nunca tinha sequer ouvido falar.
A selecção aqui apresentada por ordem alfabética é o resultado de um passeio pelo MySpace Music que durou o tempo de escrever este texto. Para que não se tornasse interminável e fastidioso, limitei-me à partida a visitar apenas projectos nacionais; e, sem grandes questões, escolher aqueles que me conseguissem despertar o interesse logo nos primeiros instantes de audição.
A escolha é variada q.b., incluindo desde um pequeno instrumental gravado em casa (Pat rocket de Marco Franco) até uma canção que é parte integrante de um disco prestes a sair (I don´t wanna hear you sing dos Stowaways).
O MySpace não é o espaço ideal para ouvir música (há alturas em que o sibilar dos mp3 se torna insuportável) mas é um espaço — importante, à falta de outros — onde se consegue tomar o pulso à música que se faz no Portugal real, afastada por completo dos meios de comunicação tradicionais. Se no momento as circunstâncias não são favoráveis a quem a faz, quem a faz adapta-se às circunstâncias, e assim a música portuguesa vai-se salvando. O resto (não) são cantigas.

- Cronófago Linda Martini
- Fim do teatro La Résistance
- I don´t wanna hear you sing Stowaways
- Le trou António Contador
- Ninguém dá por nada Bernardo Barata
- O início Azevedo Silva
- Pat rocket Marco Franco
- Psicologia Feromona
- Se não te embala o sono TV Rural
- Sorry o AbztraQt Sir Q

O Um é um novo jornal de arte e entretenimento. É gratuito e pode ser encontrado nas FNACs quinta sim, quinta não.
No nº1 do Um podem encontrar a opinião de Eduardo Sardinha sobre o disco e a minha contribuição para a rubrica Mixtape (que vou aqui pôr já de seguida).

Uma entrevista para o blogue do programa Onda Curta, da Rádio Vidigueira.

Afinal o concerto de amanhã vai ser na Casa Viva, que fica no Marquês, no nº 167, mesmo ao lado da Igreja da Nossa Senhora da Conceição, aonde fui baptizado e fiz a 1ª e a 2ª comunhão.
É na mesma por volta das 18h30 e com entrada livre.

10/10/06

Graças ao Rafael Cavadas estão disponíveis no YouTube os registos ao vivo de nove das canções que tocámos no fórum FNAC de Santa Catarina, em dia de apresentação do CD.
Aqui fica Já não me importo e um obrigado ao Rafael.

06/10/06

Acorda! é uma colectânea que reúne sete horas de música em formato mp3, de sessenta projectos nacionais. O disco, compilado por Henrique Amaro e editado pela Cobra, estará à venda a partir do dia 23 de Outubro e a sua receita reverterá a favor do Serviço de Pediatria do IPO de Lisboa.
Eu participo com as canções Nada é tão mau e E porque não ficar por aqui?

Uma pequena entrevista no blogue acisúM.

04/10/06

A opinião de Vítor Pinto, na sua página Fenther.

02/10/06

No dia 21 de Outubro vou tocar no 555 da Rua do Almada, no Porto. Vai ser um pequeno concerto, quase acústico, integrado no Fair Trade Fest!
Dia 21 é um sábado. Nesse dia o programa do festival (que podem consultar em pormenor no cartaz aqui ao lado) começa às 14h30; o concerto será no fim da tarde, por volta das 18h30, e a entrada é livre.
A partir deste dia, e aproveitando o espírito da coisa, o disco passará a estar disponível para venda nos concertos.

Enviaram-me do Clip (suplemento de cultura do Diário de Aveiro) um pequeno questionário em que me pediam que apontasse momentos relevantes do meu trajecto a solo. Escolhi apenas um: a primeira vez que registei em minidisco uma ideia para uma canção.
Fui ouvir o meu arquivo e descobri o que é que estava a fazer no dia 5 de Outubro de 2000, por volta das três da manhã: a gravar uma harmonia a que dei o insípido e provisório título Triste. Depois de a ouvir uns segundos descobri que era o primeiro passo para Já não me importo, dedilhada num tempo lento num violão emprestado pelo Peixe, sem melodia nem letra.

30/09/06

Discos da semana, 25 de Setembro — opinião de Nuno Galopim, no blogue Sound + Vision.

28/09/06

No próximo sábado, antes da apresentação na FNAC de Coimbra, vou ao programa Santos da Casa, da Rádio Universidade de Coimbra, falar com o Nuno Ávila e com o Fausto Silva. Encontram aqui a opinião do Nuno sobre o disco.

26/09/06

Infelizmente, depois da apresentação de Coimbra vou deixar de poder contar com o Kinörm, que vai para Xangai. Enquanto não conseguir encontrar outro músico que complete o trio — o que não é tão simples quanto parece —, a formação voltará a ser apenas Nuno, Nico.

Acerca do disco na próxima sexta-feira: uma entrevista com Davide Pinheiro, no DN, e a opinião de Pedro Rios, no Público.

21/09/06

Amanhã, sexta-feira dia 22, Noite Double Doodle no Uptown, com Kino, Mary, Gon, Nico, Cruz e Nuno.
Não sei muito bem a que horas começa (não deve ser cedo), nem sei muito bem quanto é que se paga (não deve ser muito).

08/09/06

Os horários das três primeiras apresentações nos fóruns FNAC foram alterados. Já estão devidamente corrigidos.

30/08/06

Todos os dias fossem estes/outros vai estar à venda a partir de 16 de Setembro nas lojas FNAC; a acompanhar a sua saída serão feitas várias apresentações ao vivo nos seguintes fóruns FNAC:
16/09 - Norte Shopping, às 22h
17/09 - Gaia Shopping, às 17h
18/09 - Santa Catarina, às 18h
30/09 - Coimbra, às 22h
07/10 - Chiado, às 16h, e Colombo, às 22h

12/07/06

O concerto em Ponte da Barca é no de hoje a oito, no dia 19 de Julho. Começa às 22h no Jardim dos Poetas (ou na Praça da República?) e a entrada é livre, acho.

26/06/06

Aqui estão as minhas respostas às perguntas que Miguel Cardoso, autor do blogue Café Roubado, me enviou. O Miguel nasceu em Março de 1991, mês em que os Ornatos deram o primeiro concerto.

20/06/06

Ontem passei na Avenida dos Aliados pela primeira vez depois das obras e fartei-me de rir.

12/06/06

Na quinta-feira da próxima semana, dia 22 de Junho, vou, sozinho e de guitarra em punho, mostrar meia dúzia de canções no fórum FNAC de Santa Catarina, no Porto.
Eu toco às 17h; às 18h Ricardo Salazar, Pedro Tenreiro e Luciano Barbosa, moderados por Isidro Lisboa, debatem a questão dos 21% de IVA cobrado na venda de discos.

08/06/06

Em Setembro o disco sai. Melhor assim. São três meses sem ansiar novidades.

24/05/06

Lembrei-me disto, não sei porquê.



23/05/06

Já estão prontos alguns exemplares do disco que vão começar a ser usados na sua promoção e divulgação mas ainda não sei ao certo quando é que ele sai. Apesar de quase resolvida (quase, sempre o quase!), a questão da capa continua a provocar-me algumas dores de cabeça; e ainda não tenho certezas em relação à distribuição.
Em conclusão: mais uma não-notícia.

18/05/06

Uma senhora transmontana com 70 e tal anos, em recuperação no IPO e um pouco fraca de vista, achou que eu tinha 15 anos. Ri-me do delírio, até porque tinha uma barba já de dias. Mas… e se ela se estivesse a referir à idade mental?

Ganharam. (Plural abstracto referente a todas as forças que contrariam em proporção directa o nosso ânimo.) Por mais simples que a imagine, nunca mais me meto a fazer uma capita fora das normas. (Quem te manda a ti sapateiro…) Aliás, nunca mais me meto a fazer nada fora das normas. É de uma ingenuidade tremenda achar que o que se constrói sozinho em casa vai resultar no mundo real… (Que idade é que tu tens?)

17/05/06

Acordei hoje a pensar nas canções que não gravei. Continuo a ter um enorme carinho por muitas das canções que fui escrevendo e que, mais por motivos práticos do que por opção (estética ou outra), não acabaram no disco. Afinal todas elas me serviram para ir tentando, a mal ou a bem, resolver as minhas questões.
Deixo aqui os seus títulos para os curiosos e também para me ir lembrando que entre elas há algumas que vale a pena recuperar:

- Acontecer-te
- Agora é que eu preciso
- Ainda bem
- Como foi?
- Demasiado dentro
- Essa dor
- Eu acho piada
- Mais um belo dia
- Não sei se aguento
- No fundo do poço
- Nos olhos de quem?
- Peço-te perdão (Tão cedo não tenho outra ocasião)
- Pergunta estúpida
- Refrão canção
- Se acabou, acabou
- Trágico comediante
- Tu não vens
- Vistas bem as coisas…

16/05/06

Hesitei em pôr isto aqui porque não quero começar o hábito de comentar os meus próprios concertos, mas as pessoas que estiveram sábado no Auditório do CER de Vagos merecem saber que foi por sua causa que o concerto correu tão bem. Obrigado.

12/05/06

Soube hoje que o meu amigo Ricardo Leite, para quem posei, ganhou o Prémio Revelação de Pintura Caixa Geral de Depósitos/Centro Nacional de Cultura, com o trabalho Nuno (o do brinco).

11/05/06

Podem ler aqui as respostas às perguntas que Pedro Soares me fez para a Rua de Baixo.

08/05/06

Vou tentar pôr as cifras das canções na minha página Google. A primeira experiência foi esta.

03/05/06

Concerto deste sábado a oito, 13 de Maio, às 22h, no Auditório do Centro de Educação e Recreio de Vagos, integrado no festival Vagos em Acústico, no qual também participam Mesa, Old Jerusalem, Teresa Gabriel e Rita Cardoso.
Os bilhetes custam 3 euros (2 euros para os sócios do CER).

01/05/06

Poppa Call That Pop é o novo projecto dos ex-Red Wings Mosquito Stings Cristophe Roussel (também conhecido como Stykos, Chien Fou, Derrick…) e Pierre de Mesmay, e de Catherine Beilin. O Stykos e a Caty estão cá de férias e na próxima quinta à noite, dia 4, vão tocar na Doca, em Matosinhos, meia dúzia de canções do projecto para uma dúzia de amigos (com Nico e comigo a acompanhá-los). A Doca fica no 844 da Avenida da República, perto da paragem de metro Câmara de Matosinhos.

27/04/06

Na próxima quarta-feira, dia 3 de Maio, vou estar no programa EP de Nuno Neves, na Rádio Globo Azul (92.0 FM), em Espinho, para uma entrevista e para tocar algumas canções. O programa começa às dez e acaba à meia-noite.

26/04/06

Hoje fui outra vez à gráfica. Não fui lá fazer nada de novo.
Está a tornar-se tão repetitivo e maçador este relato que desisto de o fazer. Quando se passar alguma coisa realmente importante eu aviso.

22/04/06

Hoje o concerto afinal vai ser ao ar livre. Se o bom tempo se mantiver ganhamos todos com isso, já que os pavilhões geralmente têm uma acústica um pouco pior que péssima.

Uma dúvida: a minha vida tem sido um trinta e um ou é a partir de agora que vai ser?

21/04/06

Os meus parabéns
Hoje já é terça,
amanhã quarta.
Depois quinta e sexta.
Sábado faço anos
e não quero.

António Eduardo, O que nos traz de volta a nós é mentira

19/04/06

Hoje teria o disco pronto nas mãos não fosse a minha brilhante ideia de fazer uma embalagem especial.

18/04/06

Começo a perceber o vício dos blogues. Uma das minhas obras de referência — o Diário de Miguel Torga —, se pertencesse a este século, podia perfeitamente ser um blogue. Entendo o Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades de Camões, mas acho que as vontades se mantêm; são os meios que mudam.

Sábado, 22 de Abril, abertura do concerto dos Pluto em Gaia, no pavilhão da Escola Secundária António Sérgio. O espectáculo, de iniciativa da Casa da Juventude, começa (está anunciado) às 21h30 e a entrada é livre.
Não vai ser bem como aqui diz. O Kino vai tocar comigo (várias percussões e teclas) mas é o Nico que toca bateria em quase todas as canções.

16/04/06

A Casa da Música custou seis vezes mais do que o previsto. Aqui está decerto incluído o preço dos biombos que não impediram que à saída do Requiem de Mozart, nos camarins envidraçados virados para a rotunda, se visse em cuecas o maestro que dirigiu a orquestra e o coral; mais avisada estava a meio-soprano, que ia dizendo adeus aos transeuntes enquanto apenas recolhia os seus pertences.

Faz amanhã quatro meses que o master está pronto. (Só ia pôr isto aqui amanhã, mas não aguentei.) E pensar que quando acabei as gravações, no início de Setembro do ano passado, cheguei a pensar que era possível o disco sair no Natal. Tinha também uma certa curiosidade em contrariar aquela velha máxima das multinacionais, que diz não valer a pena editar artistas nacionais nessa altura. (A única razão que encontro para isso é o facto de estarem ocupadíssimos a gastar o dinheiro que esses artistas lhes dão a ganhar, enfiando-nos pelos olhos dentro toda a porcaria e mais alguns arrotos que lhes mandam dos states.) Quando percebi que o disco não ia estar pronto a tempo do Natal informava que sairia no início do ano, ao mesmo tempo que, já escaldado com todos os atrasos possíveis e inimagináveis, pensava cá comigo que se saísse no meu dia de anos seria uma rica prenda. Como é impossível que o disco esteja cá fora até sexta-feira, foda-se, para Maio a montanha pare o rato.

15/04/06

O Pierre de Mesmay é um dos meus guitarristas preferidos. Tocou nos Red Wings Mosquito Stings, e apresenta aqui um curso on-line para aprender a tocar guitarra (não disponível para Portugal).

14/04/06

Jean Tricot é um músico francês, pai do Nicolas Tricot. É o director artístico e musical da companhia Musicanu, criada em 1988, cujo projecto mais visível é o grupo La Fanfare à Mains Nues, que usa como instrumentos apenas a voz e o corpo.

12/04/06

Segunda recebi as saquetas para a embalagem do disco e um mail a informar-me que estão prontos para entrega 3149 CDs. O orçamento para a capa foi aprovado; estou à espera para ir ver as provas de côr.
Quando os CDs chegarem ao Porto e as capas estiverem prontas é só pôr os CDs nas capas e as capas nas saquetas; e depois tratar da distribuição… Na verdade continuo sem saber ao certo quando sai o disco. Mas está quase.

08/04/06

Nunca gostei muito da palavra cantautor. Por causa da sua fonética — canta, autor! —, e também porque nunca tive a certeza a que é que se referia exactamente. Só no Diccionario de la Lengua Española, da Real Academia Española, encontrei a sua definição:
cantautor, ra.

1.
m. y f. Cantante, por lo común solista, que suele ser autor de sus propias composiciones, en las que prevalece sobre la música un mensaje de intención crítica o poética.
OK, se simplifica as coisas: sou um cantautor (no sentido lato).

04/04/06

A edição do disco vai ser de 3000 cópias. Os CDs devem ser entregues no Porto desta sexta a oito, que é também (mais ou menos) a data prevista de entrega das saquetas de plástico. Falta aprovar o orçamento para a capa.

31/03/06

O master e os fotólitos já seguiram para a fábrica. (Bem, bem para a fábrica não foram. Foram para Lisboa, para depois serem enviados para Espanha, onde vão ser feitos os CDs.) Está confirmada a encomenda das saquetas de plástico (que vêm também não sei de onde).
Como, afinal, até nem me dou assim tão mal a gastar o tempo em telefonemas e correspondência, para a próxima (se a houver) já sei: antes sequer de pensar em dar uma única nota, monto um escritório.

30/03/06

Começo a achar piada a este relato do processo de produção do disco. Só tenho pena de o estar a fazer apenas nesta fase final, e não desde o seu início. Gostava agora de ler o que é que teria escrito entre Janeiro, altura em que comecei a fazer as primeiras diligências, e Junho, altura em que fiz as primeiras gravações. Meio ano de adiamentos, atrasos e incertezas é obra. Ou melhor: é não-obra, e o que é engraçado é que nesses meses não deixei de fazer (uma dependente e incompetente) produção executiva. Se não fosse trágico era cómico; ou vice-versa.

Fui à gráfica hoje de manhã. Contava sair de lá com os dois fotólitos necessários para mandar fazer os CDs. Infelizmente, por causa de um mal-entendido, quem os faz apenas fez um e saiu para almoçar… Amanhã de manhã vou buscá-los para os enviar para a fábrica, junto com o master. (Fico a aguardar o orçamento para a capa.)
Já encomendei as saquetas de plástico para a embalagem. Pelo sim, pelo não, amanhã telefono a confirmar a encomenda (que demora duas semanas a chegar).

29/03/06

A ida de ontem à gráfica, que ia permitir pôr em marcha o processo de fabricação do disco, foi adiada para amanhã. Ponho esta informação aqui para quem me vai perguntando quando é que sai o disco: infelizmente sei tanto (ou quase tão pouco) como vocês. Posto isto aqui, supersticiosamente, pode ser que seja o último atraso/adiamento; ou que, à laia de anedota, passe a ser o iníco do relato de todos os outros com que ainda vai ser preciso lidar.

23/03/06

Entrevista com Lia Pereira em Dezembro de 2004, no dia em que abri o concerto de Josh Rouse em Lisboa. Reportagem sobre este concerto e mais algumas notícias. Tudo na Cotonete.

21/03/06

Já está disponível o meu sítio na net, graças ao trabalho do Filipe Agante e do Rodrigo Melo. Em nunoprata.com podem ouvir as canções Já não me importo e Vamos andando (Só temo pelos outros).

16/03/06

Concertos 2005
18/02 - Porto (Uptown)
07/04 - Matosinhos (B Flat)
11/04 - Porto (Bazaar)
29/04 - Gaia (Hard Club / Supernada)
06/05 - Arcos de Valdevez (Casa das Artes / Sons de Vez)
08/05 - Coimbra (Palco RUC / Queima das Fitas / Supernada)
16/06 - Porto (Caos)
02/12 - Gaia (Hard Club / 1ª parte Boitezuleika)
22/12 - Lisboa (Lounge / 5ª Autores)

Concertos 2004
31/01 - Santo Tirso (Carpe Diem)
07/02 - Aveiro (Navio de Espelhos)
14/02 - Forjães (Kastru's Bar)
21/02 - Porto (Maus Hábitos / Lançamento do nº 19 da revista Bíblia / Dead Combo)
26/02 - Lisboa (Lontra / Lançamento do nº 19 da revista Bíblia / Dead Combo)
27/02 - Cantanhede (Pedra & Cal)
28/02 - Cantanhede (Pedra & Cal)
05/03 - Vilarinho (Azenha D. Zameiro)
06/03 - Vilarinho (Azenha D. Zameiro)
13/03 - Castêlo da Maia (Tertúlia Castelense)
19/03 - Porto (O Meu Mercedes…)
15/04 - Matosinhos (B Flat)
22/04 - Coimbra (Auditório do IPJ / Festival Santos da Casa / Ovo)
27/08 - Porto (Concha Acústica do Palácio de Cristal / Noites Ritual Rock / Jorge Cruz e Fritz Kahn)
18/09 - Cascais (Auditório Fernando Lopes Graça / New Sounds of Portugal v2.0 / Quinteto Tati, Stowaways e Le Divan)
04/10 - Senhora da Hora (FNAC Norte Shopping)
05/10 - Gaia (FNAC Gaia Shopping)
14/10 - Porto (FNAC Santa Catarina)
26/11 - Esmoriz (Albatroz)
10/12 - Porto (Porto Rio)
15/12 - Lisboa (Fórum Lisboa / 1ª parte Josh Rouse)
17/12 - Porto (Alfândega do Porto / 1ª parte Josh Rouse)

11/03/06

Sábado, 18 de Março, às 23h30, concerto no bar Novo Ciclo ACERT, em Tondela.
Neste concerto, para além do Nico, vou contar também com o Kinörm para tocar as canções com alguns dos arranjos do disco.

08/03/06

Hoje quem?

Hoje quem acordou na minha cama,
hoje quem é que eu sou?
Já é manhã mas esta noite ainda não passou.

Que força tenho quando me tenho só a mim,
de quem mais eu preciso para respirar?
A minha cara faz-me sempre lembrar alguém…
E os meus olhos são de quem?

Eu queria ser como tu.
Eu queria crer como tu.

Eu queria ser como eu
mas dos meus sonhos acorda outro alguém.
Eu queria ser como quem?

Hoje quem acordou na minha carne
e que sonhos roubou
na madrugada de um dia que já passou?

Todo o tempo é tempo de acreditar.
Mas tanto tempo já passou
sem que a fé encontrasse em mim lugar…
(Estava sempre onde eu não queria estar.)

Eu queria ser como tu.
Eu queria crer como tu.

Eu queria ser como eu
mas dos meus sonhos acorda outro alguém.
Eu queria ser como quem?

Hoje quem acordou na minha cama,
hoje quem é que eu sou?
Já estou a pé e o dia ainda nem chegou…

Alice ri-se

Alice ri-se e eu caibo na sua minúscula mão.
Alice ri-se e o meu mundo é uma manta no meio do chão.
Ali se vence a vida por estar cá sem querer razão —
Alice ensina-me a aprender essa lição.

Alice ri-se e o seu riso é a minha salvação.
Sempre que chega, Alice traz-me a sua boa disposição.
Alice, nos caminhos vamos perder-nos da mão.
Mas, Alice, estes momentos ninguém leva de onde estão —
segredos sagrados, seguros no meu coração.

Alice ri-se e o resto é como se não visse.
Como se cessasse tudo e o mundo inteiro se resumisse
a um grande nada, a uma imensa parvoíce
que existe só para que exista a Alice;
que existe só para vermos rir a Alice.

Porque sim

Esta é para ti porque sim.
Porque cheguei a casa e senti
porque sinto o vento da mudança a dançar para mim:
é que este vem de ti. Vem de ti porque sim.

Esta é para ti porque sim.
Porque cheguei a casa e sem ti
já me sinto incapaz de crer no que vejo crescer
da soma destes dias, e dias, e dias, e dias…

Dava-te tudo se tudo fosse pra teu bem,
dava-te a vida se a minha vida valesse um dia nosso.
Dava-te, juro, o melhor do melhor, do melhor de mim,
se o não tivesse perdido
ao perceber que a melhor parte de nós não nos obedece.

Mas mesmo assim…

Esta é para ti porque sim.
Porque cheguei a casa, e então vi que me sinto
finalmente pronto a aceitar que até há coisas que são assim.
Só assim: porque sim.

Esta é para ti porque sim.
Por ser para ti o riso que ri dentro de mim.
Pobre ilusão…
Ainda assim vai resistindo dias, e dias, e dias, e dias…

Dava-te tudo se tudo fosse pra teu bem.
Dava-te a vida se a tua vida pedisse um dia nosso.
Dav-te, juro, o melhor do melhor, do melhor de mim,
se não tivesse perdido de vez a noção do que ainda posso
e do que já não posso.

Mas mesmo assim…

Esta é para ti porque sim.
Porque cheguei a casa e senti
porque sinto o vento da mudança a dançar para mim:
é que este vem de ti. Vem de ti porque sim…

Ou esta é para mim? Porque não para mim?
Tu és só uma ideia — tu não és mesmo assim —
que em qualquer uma encaixo se pensar porque sim.
OK, não minto mais: esta é para mim.

Dava-te tudo se tudo fosse pra meu bem,
dava-te a vida se a minha vida pedisse algo de nosso.
Dava-te, juro, o melhor do melhor, do melhor de mim,
se o não tivesse deitado fora ao ver
que a melhor parte de nós de nada nos serve.

Ainda assim…

07/03/06

O homem invisível ainda acha possível

O homem invisível ainda acha possível
abrir sorrisos à sua passagem. Mas não é fácil.
É pouco provável que algum dia
alguém repare na sua viagem rumo aos corações.

É por gostar que sai ao encontro
de quem tem a certeza de um dia o ter visto.
Só pra mostrar que o que hoje se vê de si
é o que sobrou da sua vontade de entrar nos corações.

O homem invisível ainda acha possível
regressar da viagem com recordações
de sorrisos novos em velhos conhecidos que, por fim,
deixem navegar os sentidos ao sabor das emoções.

O homem invisível nunca teve a coragem
de enfrentar as coisas tal como elas são…
Mas quem pode dizer que aí não há a intenção
de ter das coisas, não aquilo que elas mostram,
mas o que de melhor maneira encontra o coração.

O homem invisível ainda acha possível
abrir sorrisos à sua passagem. Mas não é fácil.
É pouco provável haver alguém que um dia
o acompanhe na sua viagem rumo aos corações.

Esse não

Esse não, esse não. Outro que não esse.
Esse não, esse não… Foda-se.
Esse não, esse não. Todos menos esse.
Esse não, esse não…

Porque é que tinha de ser esse?
Eu conheço esse, eu conheço bem.
Ainda que merecesse uma grande lição,
porque é que tinha de ser o irmão do meu irmão?

Esse não, esse não…

Porque é que escolheste esse?
Sabes, não parece que exista razão.
Eu sei que nunca quis ficar dentro do teu coração,
mas estou certo que ele também não
quer lá entrar.

Mas quem sou eu? Quem sou eu para te julgar?
Que sei eu? Que sei eu?
Nada.
Quem sou eu? Quem sou eu para te cobrar?
Quando tudo o que te dei foi
nada

daquilo que tu querias, do que merecias…
Eu só quis lutar pela minha fantasia
de ver chegar o dia
em que vai ser possível não chorar no fim.

Mas, isso não… Isso não…
Isso não é assim.
Isso não vai acontecer assim
nunca.

Porque é que tinha de ser esse?
Eu conheço esse, eu conheço bem.
Porque é que escolheste esse?
Eu conheço esse, e conheço-o bem…

Esse não, esse não…

Vamos andando (Só temo pelos outros)

Vamos levando, vamos aprendendo.
Vamos passando os dias sendo.
Vamos registando e esquecendo:
vamos perdoando, vamos crescendo.

Vamo-nos abraçando, vamos ficando
ternos irascíveis. Eu bem percebo.
Queremos o mesmo — não desfazendo.
Levamos avanço, ainda é cedo.

Só temo pelos que os outros vão sendo.

Vamos decifrando um pouco de tudo
do de tudo um pouco que nos vão dizendo,
porque cremos que todos temos bom fundo
e é isso que ainda nos vai entretendo.

Assumimos: estamos sempre um pouco aquém;
e, para conservarmos nossa sanidade,
constantemente incutimos a culpa a alguém…
Não vejo nisso motivos pra tanto alarde.

Só temo pelo que os outros vão sendo.

Somos patéticos quando simpáticos,
somos estúpidos e problemáticos.
Acabamos casmurros, e o que é fantástico
é que complicando tudo às vezes somos práticos.

Vamos andando, deixemo-nos ir.
Há futuro enquanto conseguirmos rir;
e tudo o que hoje fizermos de errado
incontornavelmente torna-se passado.

Só temo pelo que os outros vão ver.
Só temo pelo que os outros vão ter.

Nós não

Não temos dinheiro. Nós não fazemos dinheiro.
Nós não contribuimos em nada para a evolução do país.
Não temos dinheiro. Nós não fazemos dinheiro.
Nós só passamos dias inteiros atrás daquilo que não tem vez.

Não temos dinheiro: não temos ninguém.
Não temos dinheiro: não somos ninguém.

Não temos dinheiro. Nós não queremos dinheiro.
Nós no nosso mealheiro só guardamos o eco da nossa voz.
Não temos dinheiro. Nós não queremos dinheiro
porque acreditamos que a nossa recompensa é o que nasce de nós.

Mas nós sem dinheiro não somos ninguém.
Mas nós sem dinheiro não temos ninguém.

Não temos dinheiro. Nós não fazemos dinheiro.
Nós não nos preocupamos com a actual situação do país.
Não temos dinheiro. Nós não queremos dinheiro.
E passamos uns tempos porreiros a rir do que por aí se diz…

06/03/06

Noites Double Doodle, quinta dia 9 na Faculdade de Psicologia da UP e dia 15, quarta, no bar Uptown.
Com Kino, Gon, Mary, Nuno, Nico, Peixe e Azevedo.

Alegremente cantando e rindo vamos

Vamos cantando e rindo, alegremente.

Constatamos: borramos o mindinho.
É insignificante o preço para que nos aprovem o caminho.

Vamos cantando e rindo. Alegremente
deixando que a merda nos chegue ao umbigo.
Não há perigo, não há perigo — estão aqui muitos comigo.

Vamos cantando e rindo, e eu acho isso lindo.
Vamos cantando e rindo, e eu acho isso tão lindo.

Vamos cantando e rindo. Alegremente
deixando que a merda nos chegue aos ouvidos.
E é impressionante… Como é que eu ainda respiro?

Vamos cantando e rindo. Alegremente
enterrados na merda que nos impingem.
É o nosso destino. Não se contraria o destino…

Vamos cantando e rindo, e eu acho isso lindo.
Vamos cantando e rindo, e eu acho isso tão lindo.

E ainda cantamos. E ainda cá estamos.
E ainda servimos por mais alguns anos.
E ainda cantamos. E ainda nos rimos.
E ainda ficamos por mais alguns anos.

Já não dói

Vou ficar só um pouco mais dentro
para quando sair não me perder.
Vou gastar mais um pouco do tempo
que ainda me sobra antes de crescer.

Eu bem tento dar meu corpo a viver
razões que não percebo;
e até sinto que me dou a entender
porque a meus olhos já me entendo.

Já não dói.

Na demora há algo que vai crescendo,
algo que já não dá pra esconder;
e no escuro é que vou aprendendo
os medos que já não me metem medo.

Eu bem tento dar meu corpo a mostrar
aquilo que vou sendo…
Para mim é sempre um bom lugar
aquele aonde me mantêm preso.

Já não dói.

Não digas isso, o que é que sabes
daquilo que os outros podem dar?
Não penses isso, não digas nada…
Estamos tão fartos de te ouvir falar!

Não digas tu isso. Não vale a pena.
Eu é que já estou farto de gritar.
Tudo é tão simples, se o sinto assim…
E, assim sendo, ficamos em paz.
Até porque

já não dói.

04/03/06

Já não me importo

Eu não respondo por mim.
Então, porque respondem por mim?
Eu nunca faria assim…
De verdade, nada faço
e de tudo se espera um fim.
Já vi: menos de mim.

Já não me importo.
Eu já não me importo, eu já não…

Eu sirvo para muito pouco.
Não condescendam, isso é pouco melhor.
Começo a sentir-me fraco…
É de há muito tempo
andares a esgravatar no teu buraco!
Vocês nem digam nada, puta que pariu!,
vocês nem servem de nada,
e eu

já não me importo.
Eu já não me importo, eu já não…

Já não me importo
e até suporto. Já nem respondo.
Já só quero que passe o tempo
sem estar atento, sem querer estar.
Sem servir de saco de pancada
a fracos que rezam a história
sempre da maneira errada.

Eu não respondo por mim.
Então, porque respondem por mim?
Eu nunca faria assim.
De verdade, nada faço
e de tudo se espera um fim.
Já vi menos de mim…

Já não me importo.
Eu já não me importo, eu já não…

Não deixes de querer fugir

Nós não temos de ser os melhores,
para nós há lugar também.
Aliás, há já tantos melhores
que não sobra espaço para mais ninguém.

Nós pomos os pés nas poças dos outros
à procura de um motivo que nos leve longe
e, nas nossas costas, embrulhe tudo de sentido.

Não deixes de querer fugir
porque saber fugir não é mau.
Nós temos de saber fingir
porque saber fingir não é mau.

Eu não vos mereço
mas sem vocês o que é que eu faço?
Eu não tive nunca nada meu.
Preciso mas não tenho, agora, tempo pra pensar.

Dêem-me de volta os dias, quero de volta os dias,
quero ter dias só meus…
Quero ser eu o primeiro a dizer adeus.

Não deixes de querer fugir
porque saber fugir não é mau.
Nós temos de saber fingir
porque saber fingir não é mau.

01/03/06

Guarda bem o teu tesouro

Guarda bem o teu tesouro,
nem penses que o vais deixar.
Não queiras ser mais um tolo
que se afasta de quem quer gostar.

Guarda bem o teu consolo.
Guarda, dele bem vais precisar.
É que a vida leva-te a razão
e o mau tempo vem sem avisar.

Guarda bem o teu tesouro,
dá-lhe o melhor lugar do teu lar.
O que tens é muito mais do que ouro
e nem precisaste de roubar.

Guarda bem o teu tesouro,
se não sabes porque o vais trocar.
Não vejas na minha luta
os passos que te apetece dar,

eu sou sempre mau agoiro.
Guarda, então, o teu tesouro
Pois eu corri atrás de tudo
e com nada consegui ficar…

Nada é tão mau

Nada é pior do que não te ter
e ver que outros braços
te dispensam beijos falsos, fáceis rimas de prazer.
Nada é tão mau quanto não te ter
e saber que o teu riso
é o aviso que de ti preciso para viver.

Não preciso de te explicar, que ideia é essa
que as palavras falam aos ouvidos
melhor que os olhos ao coração?

Mas assim eu não te vou ter,
porque é à custa de palavras, mesmo erradas,
que aprendemos a quem queremos conhecer.
Sem afirmar eu não vou crescer;
que face posso dar quando errar
porque ninguém ouviu o que eu não quis dizer?

Eu vou ter de te falar, deixar explodir,
explicar que o que te mostro
é tão menos do que me obrigo a calar.

Pobre de mim (Assim também eu)

Assim também eu:
falando de barriga cheia
é sempre possível qualquer ideia.
Assim, também eu
era capaz de acreditar que o mundo
não se esqueceu de mim.

Pobre de mim, que só a mim me tenho.

Assim também eu.
É fácil quando existe quem nos
trata da logística dos sonhos.
E ainda bem,
se estás OK eu estou OK.
Isso é que é para mim um grande passo.

Pobre de mim, que sou apenas o que eu faço.

Assim também eu.
A falar de barriga cheia
acredito piamente que levo avante outra estúpida ideia.
Assim também eu.
Acho que nem ia notar que o mundo
pura e simplesmente cagou para mim.

Pobre de mim, só vejo o que não tenho.

Não sabes, mas eu
sempre achei que era capaz de depender
só da força dos meus braços.
Eu bem que tentei…
Em dois anos o pouco que fiz
foi dar um passo fora do buraco.

Pobre de mim, que já estou morto de cansaço.

Já é sábado

Já é sábado e ninguém sabe,
são sete da manhã e já e tarde.
Perdi a compostura, vendi as ideias
ao morder a ternura em três mulheres feias.

Dá-me o teu contacto. O teu fino trato
trata-se duma intenção, atenção!
Até são palavras lindas, como boas-vindas
à porta da solução.

Esqueço-me rapidamente que pé se põe pra seguir em frente
e o meu norte não é tão forte que a sorte de outros não me tente.

Passa mais um sábado, bêbado continuo
— dizem que pra meu bem.
Deve ser verdade… Eu em silêncio, tenso,
bebo a noite atrás de quem?

Um copo é pouco, grito!,
muito é pouco pra regar um ego sôfrego.
Gostava de ser mito, sinto trôpego.
Gosatva eu, gostavas tu…

Esqueço-me rapidamente que pé se põe pra seguir em frente
e o meu norte não é tão forte que a sorte de outros não me tente.

Já é sábado e ninguém sabe,
são sete da manhã e já é tarde.
Começou o sábado ainda era sexta…
E no domingo
mijo de felicidade
e rio da cidade que me acordou.

26/02/06

Podem ler aqui uma entrevista feita por Eugénia Azevedo para a Bodyspace. E aqui uma reportagem de Rodrigo Nogueira, também para a Bodyspace, sobre o concerto de Josh Rouse no Fórum Lisboa, que eu abri em Dezembro de 2004.

25/02/06

Figuras tristes

Pára! Porque insistes
em ouvir quem não te quer falar?
Pára de fazer figuras tristes!
Pára!, deixa em paz quem nunca se vai ver no teu lugar.
Que mania tu tens de nos pôr todos a pensar
como se nos preocupássemos uns com os outros!

Eu sei, é difícil resistir se nos sentimos sós,
mas sozinhos entendemos bem o que buscar.
No meio de tanta confusão
é natural tentar forçar quem não nos percebe
a gostar de nós
e a dizer-nos que o esforço vale a pena.

Eu cá vou bem, não me dói demasiado.
Só dava o que tenho pra ver alguém do meu lado.

O que ontem foi
hoje tu já não consegues mudar.
Porque continuas a tentar?
Dá-te gozo imaginar aquilo que seria teu
se tivesses feito o que não fizeste,
e o que serias se não fosses o que realmente és?

Eu cá vou bem, não me dói demasiado.
Só dava o que tenho pra ver alguém do meu lado.

24/02/06

Ricardo Leite
Nuno, 2005
óleo s/ tela
110x100 cm

29/01/06

Volto para casa a pensar na mesma coisa

Volto para casa a pensar na mesma coisa.
Mas, vendo bem, a coisa até mudou.
Não necessariamente para melhor.
Ou melhor…
Para melhor, para melhor:
quando a coisa muda é sempre para melhor.
Ainda que

volte para casa a pensar na mesma coisa.
Ou noutra coisa que é a coisa, se mudou.
Independente, intrasigente, e ainda
completamente indiferente ao que eu quis,
ao que eu fiz e ao que eu sou.
Eu

já fiz de tudo para definir a coisa.
E, engraçado, a coisa é tudo o que eu não sou.
Não desespero mais, sei que esperando
de vez em quando se a coisa muda
é porque algo em mim também mudou.

Então, espera um pouco por mim.
Já foi maior a aflição.
Eu já estive mais perdido
só de olhar o mapa da palma da mão.

E agora em casa penso já numa outra coisa,
não nessa coisa em que a coisa se tornou.

E porque não ficar por aqui?

Ainda que pareça
as vozes não estão só na minha cabeça.
Ainda que careça de confirmação,
as vozes existem, e persistem,
e mastigam-me a atenção.

Ainda que o sinta,
dentro não é lado nenhum.
Embora me minta sem ver bem que o faço,
eu sinto sucesso no fracasso
que é ficar sentado em frente à televisão.

Embora acredite
que todos temos o que merecemos,
embora exercite a imaginação,
o limite do corpo é o porto
de onde nunca vejo sair o barco da paixão.

E porque não ficar por aqui?

27/01/06

Não, eu não sou um fantasma

Eu não morri — não, isso ninguém viu —,
então, que olhos são esses em mim?
Se estou aqui é porque ela pediu
e eu só podia dizer sim.

Não, eu não sou um fantasma;
eu estou cada vez mais vivo.
E é vivo que assombro os dias
de quem me quis inimigo.

Desde que aqui cheguei
um só sorriso me disse: podes ficar.
Agradeci, pois, que não é preciso —
pertenço a melhor lugar.

Eu sou só um morto-vivo,
vim aqui para me mostrar;
e assim ver se irrito os risos
de quem me quis enterrar.

Se eu não morri, se isso ninguém viu,
então, que olhos são esses em mim?
Desde que entrei nunca mais ninguém riu —
não me sabia tão forte assim.

Se era apenas um fantasma
longe do mundo dos vivos,
atravessando as paredes
sem saber que era caminho.

Agora tem cuidado
com o que esses olhos são,
decerto já viste muitos assim:
tiram mais do que aquilo que dão
e matam-te os sonhos sem compaixão.

E, se pedires a minha opinião,
dir-te-ei somente: toma atenção.
Porque senão…

Em Setembro de 2003 gravei com o Nico esta maqueta em casa dele. Os arranjos das canções, ao contrário do que sucedeu na primeira, foram feitos para serem tocados apenas por dois músicos (Nuno, Nico). A intenção era começar a apresentar as canções ao vivo, e foram escolhidas estas porque eram as que soavam melhor nesta formação. Guarda bem o teu tesouro era uma novidade em relação à primeira maqueta.
Pareceu-me boa ideia simplificar as coisas: combinar ensaios apenas com um músico, ensaiar num apartamento apenas com um músico, levar músicos e material para os concertos apenas num carro. E mais importante: musicalmente, para mim, era um desafio; e muito inspirador ouvir o que o Nico arranjava para as canções.
Com esta maqueta o meu amigo Jorge Guerra conseguiu marcar vários concertos em 2004. O primeiro foi em Santo Tirso no bar Carpe Diem, no dia 31 de Janeiro.

1. Não deixes de querer fugir
2. Nada é tão mau
3. Guarda bem o teu tesouro
4. Já é sábado

Todos os dias fossem estes foi o título da primeira maqueta que fiz do meu trabalho a solo, e achei logo que seria um bom título para um disco. Em Setembro de 2002, depois de um período de indecisão quanto ao meu futuro (acabou-se os Ornatos, e agora?), resolvi gravar algumas das canções que tinha escrito. Defini um horário de trabalho, meti mãos à obra e passadas duas semanas tinha gravado doze dessas canções. Com guitarra, baixo, teclados, e tudo o mais que uma canção que se preze tem direito.
Depois dessa primeira maqueta ainda gravei outra (Nuno, Nico, em Setembro de 2003), continuei a escrever canções e comecei a apresentá-las ao vivo no início de 2004. Estamos em Janeiro de 2006 e o disco ainda não saiu; percebe-se porque é que acho que Todos os dias fossem outros também é um bom título.

Todas as canções do disco foram tocadas por mim e pelo Nicolas Tricot que, para além de músico, foi também o técnico de som de serviço. A canção Alegremente cantando e rindo vamos contou ainda com a participação de um coro de amigos: Peixe, Cruz, Kinörm, Edu, Filipe, Ruca, André e Pepe, a quem aproveito para, mais uma vez, agradecer a força.

Depois de sucessivos adiamentos, a primeira sessão de gravações para disco decorreu em Junho de 2005 na Casa do Côvo, do Manel Cruz. A segunda sessão decorreu entre Agosto e Setembro no estúdio de casa do Alfredo Teixeira. No fim de cada sessão ainda foram feitas gravações adicionais, em casa do Nicolas Tricot e em minha casa. O disco foi misturado e masterizado, entre Novembro e Dezembro, pelo Nélson Carvalho no MB Estúdios.

Todos os dias fossem estes/outros

1. Não, eu não sou um fantasma (2:56)
2. Figuras tristes (2:34)
3. Hoje quem? (3:52)
4. Nada é tão mau (3:12)
5. Alegremente cantando e rindo vamos (3:14)
6. Pobre de mim (Assim também eu) (3:45)
7. Guarda bem o teu tesouro (4:20)
8. Esse não (3:21)
9. Já é sábado (3:06)
10. Já não me importo (3:43)
11. Nós não (3:25)
12. Já não dói (4:44)
13. Não deixes de querer fugir (3:28)
14. Vamos andando (Só temo pelos outros) (5:19)
15. Volto para casa a pensar na mesma coisa (3:25)
16. Porque sim (3:52)
17. E porque não ficar por aqui? (2:22)
18. Alice ri-se (3:37)
19. O homem invisível ainda acha possível (2:19)

A embalagem do meu primeiro disco a solo permite-lhe dois títulos: Todos os dias fossem estes e Todos os dias fossem outros. Enquanto o disco não é editado (o que deve acontecer em Abril, através da editora Turbina) e o meu sítio não fica pronto vou deixando aqui alguma informação.