Nada é tão mau
Nada é pior do que não te ter
e ver que outros braços
te dispensam beijos falsos, fáceis rimas de prazer.
Nada é tão mau quanto não te ter
e saber que o teu riso
é o aviso que de ti preciso para viver.
Não preciso de te explicar, que ideia é essa
que as palavras falam aos ouvidos
melhor que os olhos ao coração?
Mas assim eu não te vou ter,
porque é à custa de palavras, mesmo erradas,
que aprendemos a quem queremos conhecer.
Sem afirmar eu não vou crescer;
que face posso dar quando errar
porque ninguém ouviu o que eu não quis dizer?
Eu vou ter de te falar, deixar explodir,
explicar que o que te mostro
é tão menos do que me obrigo a calar.